Por FabĂola Ortiz
RIO DE JANEIRO, 16 jun (TerraViva) – Enquanto o mundo ainda tenta encontrar consenso num documento final da Rio+20 em torno de temas como a definição de objetivos do desenvolvimento sustentável, organizações sociais e civis provam que Rio+20 nĂŁo Ă© apenas para chefes de Estado e reuniões de alto nĂvel.
Em busca de atitudes sustentáveis e de um consumo consciente, a Rede WWF (World Wildlife Fund) lançou nesta sexta-feira, 15 de junho, em primeira mão um “Pequeno guia de consumo em um mundo pequeno” com dicas práticas de como ter atitudes mais responsáveis no nosso dia a dia.
Para um mundo que tem se tornado cada vez menor face Ă s necessidades de consumo da população mundial, o lema da sustentabilidade tem sido: reduzir o consumo, reutilizar o que for possĂvel e reciclar.
“A Rio+20 nĂŁo Ă© apenas para os chefes de Estado discutirem. A gente tem que parar de ficar na palavra e ir para a ação e, nesse sentido, nĂŁo dá para depender apenas dos nossos lĂderes. A sociedade tem que se mobilizar e partir para a atitude. A gente vive num mundo que nĂŁo precisa do consumismo”, disse Ă IPS o coordenador do programa de educação para as sociedades sustentáveis da Rede WWF, Fabio Cidrin.
Viver de uma forma mais consciente passa por pequenos exemplos, como deixar o carro na garagem duas vezes por semana. “Assim você vai gastar menos gasolina, menos em manutenção, alivia o trânsito da cidade e emite menos gases poluentes”, argumenta.
Pequenas atitudes que passam por apenas ligar o ar condicionado quando necessário e abrir mais as janelas, ou substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou LED que economizam mais energia e algumas não são tóxicas. Ou até mesmo pintar as paredes do ambiente com cores claras para refletir a luminosidade. Tudo isso faz diferença quando cada um põe em prática um pouco de sustentabilidade em casa.
“É como um pedrinha no lago que se espalha. Como consumidor a gente pode exigir que os produtos sejam melhores, que os bens sejam mais duráveis e eletroeletrônicos não sejam tão descartáveis”, disse Cidrin.
O guia traz dicas práticas para a casa, trabalho e transporte de forma lúdica com humor que fazem refletir sobre o cotidiano, como por exemplo: “Ser moderno é só trocar o celular quando parar de funcionar ou não cair na armadilha das compras irresponsáveis”.
O guia tambĂ©m apresenta orientações de como se alimentar de uma forma saudável para uma vida mais sustentável. Cerca de um terço dos alimentos comprados no supermercado sĂŁo desperdiçados e, se levarmos em conta o processo produtivo, o desperdĂcio chega a 40%.
“A sociedade está padecendo de doenças vasculares, crônicas e diabetes por causa da má alimentação com muito sódio, açúcar e carboidratos pobres, além de conservantes”, salienta o coordenador do WWF.
Comer menos carne também é uma opção mais sustentável. “A carne tem uma pegada ecológica muito grande, para cada quilo de carne, foram necessários 12.500 litros”, lembra.
O lançamento em primeira mĂŁo do guia de consumo para um mundo que tem se tornado cada vez menor para o consumismo humano, inicialmente terá 4.000 exemplares em portuguĂŞs distribuĂdos pelas atividades da ConferĂŞncia Rio+20 e CĂşpula dos Povos, alĂ©m de outros 3.000 guias com versões em inglĂŞs e espanhol.
Este material será utilizado no plano de educação e comunicação comunitária para o consumo responsável em cinco cidades brasileiras em cada região do Brasil aonde a Rede WWF tem ajudado a implementar a coleta seletiva e fortalecido às associações de catadores. As cidades são Belo Horizonte, em Minas Gerais; Natal, no Rio Grande do Norte; Rio Branco, no Acre; Pirenópolis, em Goiás; e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
No Brasil, a polĂtica nacional de resĂduos sĂłlidos determina que atĂ© 2014, a coleta seletiva seja implantada em todos os 5.565 municĂpios brasileiros. (FIM/2012)
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