Por Clarinha Glock
RIO DE JANEIRO, 20 junho (TerraViva) – Os indígenas reunidos na aldeia Kari-Oca pretendem entregar amanhã (21) um documento à presidenta Dilma Rousseff, no Riocentro. Segundo Berenice Sanches Nahua, 30 anos, integrante da Aliança Mundial dos Povos Indígenas e Comunidades Locais sobre Mudanças Climáticas e contra a REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), a Declaração da Kari-oca 2 (a primeira foi na Rio-92) reafirma a preocupação com a “farsa” da economia verde, que comercializa o que para os indígenas é mais sagrado, toma o seu território e viola os direitos da Mãe Terra. “Esperamos que os representantes da Rio+20 abram suas mentes e corações e se deem conta de que não há mais o que fazer senão defender a Mãe Terra e seus filhos”, falou Berenice.
A Aldeia foi inaugurada pelo indígena Marcos Terena e foi instaladaem Jacarepaguá. A Declaraçãodiz: “Desde Rio 1992, nós como Povos Indígenas vemos que o colonialismo está sendo transformado na base da globalização do comércio e da hegemonia econômica capitalista mundial. Se vem intensificado a exploração e o roubo dos ecossistemas e biodiversidade do mundo, assim como a violação aos diretos inerentes dos povos indígenas. Nosso direito a livre determinação, a nossa própria governança e ao nosso desenvolvimento livremente determinado, nossos direitos inerentes as nossas terras, territórios e recursos estão cada vez mais atacados por uma colaboração de governos e empresas transnacionais”.
Os indígenas acrescentam: “Fazemos um chamado a ONU a começar sua implementação, e assegurar a participação plena, formal e efetiva dos povos indígenas em todos os processos e atividades da Conferência de Rio+20 e mais além, de acordo com a Declaração das Nações Unidas sobe os Direitos dos Povos Indígenas (DNUDPI) e o principio do consentimento livre, prévio e informado (CLPI)”. A declaração encerra com a frase que iniciou a Declaração Kari-Oca de 1992: “Caminhamos para o futuro nos rastros de nossos antepassados”. (TerraViva)
(FIM/2012)
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