por Clarinha Glock
RIO DE JANEIRO, 20 junho (TerraViva) – Enquanto as delegações dos paÃses participantes da Rio+20 discutem projetos de cidades inclusivas, fim da pobreza e propostas de geração de renda voltados para a preservação do meio ambiente, um grupo de moradores de vilas e favelas do Rio de Janeiro começou silenciosamente sua própria revolução. Eles não têm bandeiras, a não ser o respeito pelas histórias de cada um e a tentativa de se fazer ver e ouvir dentro de uma sociedade competitiva, desigual e injusta.
“As favelas são representadas constantemente como campo de conflitos, espaço de propagação de uma violência atroz, além de ser compreendido como o meio para a difusão da comercialização da droga ilÃcita. O “outro ladoâ€, o das famÃlias, dos trabalhadores, das crianças, raramente é apresentado, discutido ou mesmo compreendido. A partir do questionamento em torno desta problemática, o Imagens do Povo foi criado pelo Observatório de Favelas do Rio de Janeiro tendo como objetivo principal de todo o trabalho desenvolvido: digam vocês mesmos o que a favela representa para cada umâ€.Â
Este texto faz parte da apresentação do livro “Imagens do Povoâ€, lançado ontem (19 de junho), pela Nau Editora, com fotos de fotógrafos populares que passaram pelo projeto desenvolvido na Favela da Maré, no Rio de Janeiro. Bira Carvalho, o autor da foto da bandeira rasgada, é um deles. Imagens do Povo é uma agência de fotos feitas por moradores que passaram pelos cursos da escola implantada dentro da favela no ano 2004. Estes retratos mostram a violência sem o sangue explÃcito como costuma ser retratada a favela nos meios de comunicação tradicionais. Falam da violência gerada pela falta de educação, de saneamento e de serviços básicos de saúde. Os fotógrafos da Escola da Maré captam a humanidade que está muito além da classe social e econômica, que gera sorrisos e sonhos, apesar das dificuldades e diferenças que hoje estão em pauta na Rio+20.  (IPS/TerraViva)
(FIM/2012)